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Rota tecnológica da inovação

O ecossistema de inovação no mundo é constituído por empresas de base tecnológica, startups, universidades, núcleos de inovação tecnológica, incubadoras, aceleradoras, parques tecnológicos, agências de fomento, plataformas de crowdfunding, investidores-anjo e fundos de investimento.

Nos últimos anos, no Brasil, estes agentes se desenvolveram com um forte apoio governamental, por meio de recursos não-reembolsáveis (concedidos por agências de fomento como CNPq, FINEP e FAP’s), linhas de crédito para inovação (concedidas pelo BNDES e bancos de desenvolvimento estaduais) e também devido a novas regulamentações. Entre as mais recentes, o investidor-anjo não necessita mais constar no contrato social da empresa investida (Lei Complementar 155/16) e houve desburocratização do ambiente de crowdfunding (modalidade de investimento coletivo), não sendo mais exigido registro na CVM e nem restrição ao montante de investimento a ser aportado (SDM nº 06/16).

Os custos e esforços despendidos para se desenvolver um produto e/ou serviço inovador são enormes, o processo completo desde a pesquisa básica e registro da patente até a exploração comercial desta inovação pode levar anos. Portanto, diversas empresas de tecnologia falham ou por não entregarem a solução no timing correto (produtos substitutos são inseridos no mercado), ou por falta de resiliência do empreendedor, que não está disposto a aguardar tanto tempo para obter o retorno financeiro esperado.

Considerando essas variáveis, empresas de médio e grande porte podem optar por adquirir, de forma parcial ou total, empresas de base tecnológica. Já é comum a aquisição de empresas inovadoras de sucesso, avaliadas em milhões de reais (casos juiz-foranos: Novaprolink, adquirida pela Thomson Reuteurs, e Alakarte, adquirida pela iFood), podendo chegar até dezenas de bilhões de dólares (Whatsapp, vendido ao Facebook por US$ 22 bilhões).

Porém, em alguns casos, o produto inovador já pode estar na rota tecnológica da grande empresa, que pode abarcar o mercado potencial da empresa inovadora de forma relevante. O caso mais recente é o do Snapchat, que rejeitou uma oferta de US$ 3 bilhões feita pelo Facebook, desencadeando a criação do Instagram Stories, que reduziu em 40% a média de expectadores únicos do Snapchat. Como se vê, quando se trata de inovação, há riscos por toda parte. Mas também expectativas de retornos extraordinários.

Coluna publicada em 21 de Março de 2017

Por Diogo Fernandes e Fernanda Finotti C. Perobelli


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