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Fim de ano, sinônimo de esperança. Mas não em 2016.


O período de fim do ano é época de festas, recessos, férias, maior atividade turística e econômica. Por isso, é também lembrado pelas ocupações temporárias. Da mesma maneira que os contratados esperam pelo pagamento do décimo-terceiro salário, a população desempregada deposita nessa época a esperança de ser aproveitada nas diversas oportunidades trazidas pelo incremento em diversas atividades. O final de 2016, entretanto, não correspondeu às expectativas. Segundo a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), foram criadas 101.000 vagas de trabalho temporário no país, quantidade 6,48% inferior à observada em 2015.


O número mostra que o Brasil ainda está longe de deixar para trás o estouro da crise de 2014. Apesar da inflação em 2016 ter fechado praticamente na metade da observada em 2015 (6,29% contra 10,67%), o emprego tradicionalmente demora mais para se recuperar, pois depende da recuperação da confiança dos empresários, da reutilização da capacidade instalada em todos os setores produtivos e da retomada dos investimentos. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) do IBGE, a taxa de desempregados chegou a 11,9% da população no final de novembro de 2016. São 12,1 milhões de desempregados, o maior número desde que a série foi criada, equivalente à toda a população da cidade de São Paulo, a mais populosa do país. Estimativas dão conta de que apenas em 2021 o Brasil recupere o nível de emprego observado no final de 2014.


O estado Minas Gerais não vive situação diferente. Em Juiz de Fora, o setor de serviços, que tradicionalmente abre vagas no final do ano, apresentou em 2016 o pior desempenho dos últimos 4 anos. Entre os meses de outubro a dezembro, de acordo com dados do Ministério do Trabalho, houve saldo negativo na criação de vagas, com o fechamento de 760 e 1.078 postos de trabalho em 2015 e 2016. Em 2013 e 2014, foram 616 e 762 empregos criados, respectivamente. Os ares de mudança já sopram na condução da política econômica e em diversas questões institucionais, envolvendo também a dimensão política. A notícia é ótima, mas a Economia ainda vai demorar um pouco mais para se recuperar do descontrole observado nos últimos anos e voltar aos trilhos do desenvolvimento econômico.


Coluna publicada em 31 de Janeiro de 2017

Por Gabriel H. R. Barbosa, Inácio F. Araújo Jr, Ramon G. Cunha, Joyce A. Guimarães, Leandro V. Pereira e Leonardo I. A. de Souza.


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