Um panorama da agropecuária mineira
Entre os destaques de Minas Gerais na produção nacional está a importância da sua atividade agropecuária. Segundo a Pesquisa da Produção Agrícola Municipal 2015, o estado foi responsável por 10,2% do total do valor da produção agrícola nacional. As principais culturas produzidas no estado são café (com 34,5% do total da produção), cana-de-açúcar (15,1%), soja (13,0%), milho (11,1%) e fruticultura (8,8%). Na pecuária, segundo dados da Pesquisa Pecuária Municipal 2015, Minas concentrava 11,0% do rebanho bovino nacional, 14,0% do equino, 12,5% do suíno e 9,4% do galináceo. Segundo o Ministério do Trabalho, o setor também foi responsável pela criação de 14.015 postos de empregos formais nos 3 primeiros trimestres de 2016. E, no mesmo período, segundo a Secretaria da Fazenda do Estado de Minas Gerais, pela arrecadação de R$ 118 milhões referentes ao ICMS.
Apesar da importância da atividade para Minas, a agropecuária encontra alguns obstáculos para se expandir, tais como a elevação do custo da produção nos últimos anos. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária no Estado de Minas Gerais (FAEMG), a elevação nos custos foi proporcionada principalmente pela oneração dos insumos básicos, como o diesel e a energia elétrica. Além das deficiências na infraestrutura logística para o armazenamento e o escoamento da produção, que, segundo especialistas, é um dos principais entraves para a expansão da atividade no estado, principalmente por dificultar e encarecer o escoamento da produção, reduzindo a competitividade mineira.
Ciente desses gargalos, os setores público e privado têm pautado essa atividade em suas discussões, com a criação de diversos programas que visam aumentar a produtividade e a competitividade da área rural, promover infraestrutura logística, além de buscar ampliar a participação da produção do estado no cenário nacional e internacional. Entretanto, ainda são necessários avanços relacionados à certificação ambiental e de origem dos produtos, às questões de segurança no campo e à desburocratização de alguns serviços, como o crédito rural e o seguro de produção. A agenda é vasta e necessária.
Coluna publicada em 03 de Janeiro de 2017
Por Joyce A. Guimarães; Gabriel H. R. Barbosa; Leandro V. Pereira; Leonardo I. A. de Souza; Inácio F. Araújo Jr. e Ramon G. Cunha. E-mail para: cmcjr.ufjf@gmail.com