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As minas de Minas


Um dos pilares da economia de Minas Gerais são as atividades ligadas à mineração, uma das primeiras atividades praticadas na região e ainda de grande importância para o estado. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Minas Gerais foi responsável por 43,52% do valor total das exportações de minérios, entre outubro de 2006 e outubro de 2016. Além disso, Minas concentra cinco dos dez principais municípios brasileiros exportadores de minérios na última década, a saber: Itabira (10,11%); Ouro Preto (8,61%); Nova Lima (6,69%); São Gonçalo do Rio Abaixo (3,39%) e Itabirito (2,19%). Esses municípios estão concentrados na região do quadrilátero ferrífero, nacionalmente conhecida pela produção minerária em larga escala.


Não resta dúvida de que a atividade mineradora proporciona diversos benefícios para as regiões em que ocorre, tais como geração de renda e de empregos diretos, além de impulsionar o desenvolvimento de diversas atividades secundárias relacionadas. Segundo o Indicador de Atividade Econômica (IAEM) da Faculdade de Economia da UFJF, referente ao mês de agosto, nos cinco municípios citados, o setor foi responsável pela criação de 217 novos postos de empregos formais e arrecadação de R$ 36,5 milhões referente ao ICMS. No entanto, a atividade também traz diversos riscos relacionados a questões socioambientais, tais como poluição atmosférica e visual, supressão da vegetação e modificação de corpos hídricos. O desastre de Mariana, que nesse mês completou 1 ano, é um exemplo de como um descuido no monitoramento da atividade pode trazer consequências estruturais negativas para a região no entorno.


Cabe ainda destacar que a mineração, por ser baseada em um recurso não renovável, destinado principalmente às exportações, pode, no curto prazo, ser suscetível a crises de demanda (como a desaceleração no ritmo da atividade chinesa ou mudanças nas políticas de comércio internacional). No longo prazo, o risco é de esgotamento dos recursos. Assim, o que se recomenda para as regiões produtoras é o desenvolvimento de estratégias para aproveitar os ganhos atuais da atividade e a estrutura criada em seu entorno para impulsionar o desenvolvimento local. Por meio de atividades independentes/complementares à mineração, haveria ganhos com diversificação que tornariam os municípios produtores menos sujeitos ao risco da atividade.


Coluna publicada em 29 de Novembro

Por Gabriel H. R. Barbosa, Joyce A. G. Silva, Leandro V. Pereira, Leonardo I. A. de Souza, Inácio F. de A. Jr e Ramon G. Cunha. Email para cmcjr.ufjf@gmail.com


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