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Na feira da renda fixa, é melhor chegar antes da ‘xepa’


Você é daquelas pessoas que, por medo de perder aquele “dinheirinho suado” que sobra no final do mês em um investimento de ‘risco’, acaba colocando suas economias na poupança, só para ‘corrigir’ a inflação? Em caso afirmativo, talvez seja importante saber que, no acumulado de 12 meses, a poupança apresentou um rendimento de 8,39%, enquanto a inflação (medida pelo IPCA) cravou 8,95%. Pois bem, se a ideia era proteger o dinheiro contra a destruição do poder de compra causada pela inflação, a poupança não foi uma boa escolha.

Nem todos sabem, mas existem vários investimentos que oferecem uma remuneração muito melhor com a mesma ‘segurança’ e comodidade da poupança.

Por exemplo, a LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) também possuem a vantagem de serem isentas de IOF e Imposto de Renda para todo investidor pessoa física, além de contarem com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de R$ 250.000,00 em aplicação, por CPF. Em média, para a LCI, o investimento mínimo é de R$ 1.000,00 e a aplicação remunera a partir de 70% do CDI (aproximadamente 9,89% a.a.). Para a LCA, a aplicação média é de R$ 50.000,00 com remuneração a partir de 80% do CDI (aproximadamente 11,30% a.a.) – esses valores variam de acordo com as instituições financeiras ofertantes, mas você sempre pode pedir à sua corretora ou agente autônomo de confiança que faça uma cotação para você (ainda não tem uma conta? Talvez seja hora de abrir uma: é um processo simples, rápido e praticamente sem custos). Para ambas as aplicações, o investidor pode resgatar seu investimento depois de transcorridos 90 dias.

Os títulos do Tesouro Direto também são uma boa opção de investimento em renda fixa. Atualmente estão disponíveis para venda seis títulos que remuneram o IPCA (correção por inflação) mais uma média de 5,80% a. a. de taxa real (acima da inflação). O NTNB Principal, com vencimento em 2019, chega a remunerar IPCA + 6,15% a.a. Além desses, o Tesouro direto também oferece títulos pré-fixados (que funcionam como uma boa âncora em cenários de queda esperada dos juros). Estão à venda LTNs com vencimento em 2019 que pagam 11,93% a.a., LTNs com vencimento em 2023 a 11,99% a.a. e LTNF vencimento 2027 a 11,95% a.a. Por fim, a LFT com vencimento em 2021 paga a Selic vigente mais uma taxa de 0,03% a.a. Todos eles estão sujeitos a IR e não possuem garantia do FGC – exatamente como os fundos de investimento em renda fixa e DI, que ainda possuem como desvantagem adicional a cobrança de taxas de administração (algumas bem elevadas).

Para quem não quer emprestar para um setor produtivo específico (aplicando em LCAs e LCIs) ou diretamente para o Governo (comprando títulos públicos), existe a opção de emprestar para o setor bancário ao aplicar em CDBs (Certificados de Depósito Bancário). Esse investimento também possui a garantia do FGC, mas, diferente das LCIs, LCAs e poupança, sofre incidência de IR no resgate. Quando são de longo prazo, possuem uma clara vantagem tributária em relação aos fundos de investimento, que são tributados semestralmente, enquanto os CDBs só recolhem IR no final do período de aplicação (enquanto isso, o IR não recolhido rende juros ao aplicador). Existem três tipos de CDBs: o pré-fixado (recomendado nos cenários de queda esperada nos juros), o pós-fixado (alta esperada nos juros) e os que pagam juros mais um índice de inflação.

Por fim, há a opção de financiar o crédito oferecido por Financeiras, ao adquirir uma Letra de Câmbio (LC). A LC é também um título de renda fixa (nenhuma relação com o mercado de moedas estrangeiras!) garantido pelo FGC e que oferece boa rentabilidade (quanto maior o risco do emissor, mais alta costuma ser essa rentabilidade, então é bom estar atento). Podem ser uma aplicação de curto ou longo prazo, pré ou pós-fixada. Funcionam da mesma forma que os CDBs e, em geral, a aplicação mínima começa em R$ 30.000,00, com prazo de vencimento determinado pela instituição emissora (quanto maior o prazo, maior a remuneração proporcionada). A LC também está sujeita ao recolhimento de IR, porém, quanto maior o tempo da aplicação, menor será a alíquota de tributação.

Para o investidor que já entendeu que aplicar na poupança não tem ‘risco’, mas sim ‘certeza‘ de perda, há um grande leque de opções com segurança similar e rentabilidades muito maiores quando se pensa em renda fixa. Entretanto, a julgar pelo momento econômico de maior estabilidade que estamos começando a viver, com redução esperada nas taxas de juros domésticas no médio prazo, é melhor correr para não chegar na hora da ‘xepa’.

Coluna publicada no dia 06 de Setembro de 2016

Por Fernanda Finotti C. Perobelli, Idala Carolina, Vinícius Versiani e Bruno Perry. Email para: cmcjr.ufjf@gmail.com


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